Lado A: Escuta difícil, possivelmente por se tratar de regravação do “velho gravador Webster” de fio imantado. A fita inicia-se com uma gravação não identificada. Na sequência traz uma série de cantigas de roda e romances versificados (ou romances tradicionais), possivelmente datadas dos anos 1950. Em seguida há um trecho do programa “Penedo vai, Penedo vem”, transmitido pela Rádio Espírito Santo, em janeiro de 1951, com apresentação de um Terno de Reis organizado e dirigido pelo Sr. Olímpio Nascimento. Segundo o boletim Folclore de janeiro-fevereiro de 1951, este programa teria ido ao ar no dia 4 de janeiro de 1951. Ainda de acordo com o boletim trata-se de Terno de Reis da Fonte Grande enquanto a Coletânea, reproduzindo texto do jornal Correio Trabalhista, traz a informação Terno de Reis de Maruípe. No artigo Registro da Música Folclórica no Espírito Santo, as gravações colhidas também são atribuídas ao Terno de Reis de Maruípe. Na sequência há ainda outro trecho não identificado e uma versão do “Tangolomango” ao final.
Lado B: Cantigas de roda interpretadas por crianças, possivelmente gravadas no Grupo Escolar Ofélia Escobar, no bairro Aribiri, em Vila Velha – “Pobre Viúva”, “Penedo Vai, Penedo vem”, “Periquito Maracanã”, entre outras. A seguir, trecho de dramatização da Marujada com diálogo entre embaixadores cristãos e mouros, possivelmente gravada no estúdio da Rádio Espírito Santo. Na sequência, trechos de Reis-de-boi, provavelmente de Conceição da Barra – “Acordais que são chegada”…, “Eu sou aquele canário”, “Ô meu Santo Reis”, “Nós somos aquela folhinha”. Ao final, tradicional cantiga “Como pode um peixe vivo”. A fita termina com uma gravação caseira familiar de Guilherme Santos Neves e crianças.
Conteúdo detalhado
LADO A
[00:00:01.18]
> Gravação não identificada.
[00:03:43.13]
> Cantiga de roda de Conceição da Barra:
Aonde tu foi, zuína
Você me enganou, zuína…
[00:04:37.24]
> Cantiga de roda de Nova Venécia:
> Toc toc / Quem bate em minha porta / Chiquinha vai ver quem quer
[00:06:09.20]
> Margarida Santos Daher, Nova Venécia. Criadinho do meu pai / não me corte o meu cabelo / que a madrasta encerrou / pelo figo da figueira
[00:06:29.17]
> Margarida Santos Daher, Nova Venécia. Toc toc / Quem bate em minha porta / Sou eu velho pintor / Que tenho minha boca torta
Gravação ruim.
[00:08:16.21]
> Quem bate aí na porta… (côco de mim)
[00:09:24.13]
> Cantiga de roda de Afonso Cláudio. A rolinha.
[00:10:11.15]
> Toc To Toc / Quem bate aí / sou eu o ceguinho / que canta a pedir
[00:11:46.12]
> Vilma [inaudível] de Oliveira. Muqui, Espírito Santo. O pintor.
Toc-Toc
quem bate em minha porta
sou eu velho pintor
que tem minha boca torta.
[00:13:23.29]
> Terno de Reis de Maruípe. Transmissão radiofônica do programa “Penedo vai, Penedo vem” no mês de janeiro de 1951.
Quando São José voltar…
[00:20:16.10]
> GSN: E agora, prezados ouvintes, ouviremos entoar o descante.
> Terno de Reis de Maruípe. Improvisação.
[00:23:12.23]
Não identificado.
[00:27:37.05]
> Versão do Tangolomango. Escuta difícil.
FIM DO LADO A
INÍCIO DO LADO B
[00:00:00.28]
> Cantiga de roda. Coro de crianças. Olerê(?)
[00:00:30.25]
> Orador 1: Segunda ronda a ser entoada pelas meninas do grupo escolar Ofélia Escobar é a tradicional cantiga de roda Pobre Viúva.
> Cantiga de roda. Coro de crianças. Pobre viúva (tingolá, tingolá).
[00:01:53.21]
> Cantiga de roda (crianças). Olha o passarinho / caiu no laço / dai-me um beijinho / e um abraço
[00:03:51.24]
> Orador 1: E agora por solicitação da própria Comissão Espírito-santense de folclore, as meninas do grupo escolar Ofélia Escobar vão cantar Penedo Vai, Penedo Vem.
> Cantiga de roda (crianças). Penedo Vai, Penedo Vem.
[00:04:47.01]
> Cantiga de roda (crianças). Meu amor é marinheiro, ó marinheiro…
[00:06:41.01]
> Cantiga de roda (crianças). Periquito Maracanã, cadê a sua Yayá? Ela vai chegando / até chegar / ela vai passando / até passar / ela vai rodando / até rodar
[00:07:56.25]
> Dramatização da Marujada. Embaixada – diálogo entre embaixadores cristãos e mouros.
Se desejais persistir no erro
E não vos submeter à nossa santa religião,
Seremos forçados a vos impor pelas armas
O que desejaríamos fazer pelas palavras de conselheiro do bem
(…)
O nosso Deus sabe perdoar
Os bárbaros que se arrependem
Mas, se não quiseres aceitar
as palavras de um nobre embaixador,
Lançaremos mão de nossas armas
Para a derrota do teu fanatismo
Dai-me a resposta.
[00:11:56.22]
> Reis-de-Boi. Acordais que são chegada / que dos montes venho vindo; / venho trazê boas nova, / acordais que estais dormindo. Em Belém cantô um galo / Ai meu Deus, quem nasceria? / Foi o neto de Santana, / Filho da Virge Maria. / Porta aberta, luz acesa, / vamo entrá com alegria / aqui nos mandô Deus Padre, / Filho da Virge Maria.
[00:18:41.06]
> Reis-de-Boi. Eu sou aquele canário.
[00:20:03.24]
> Reis-de-Boi da Bugia (1951). Ô meu Santo Reis / ôi que santo lindo / ôi que santo adorado…
[00:23:14.19]
> Reis-de-boi. Nóis somo aquela folhinha que avoa quando o vento dá…
[00:25:12.28]
> Cantiga. Como pode um peixe vivo / viver fora d’água fria / como poderei viver / sem a tua, sem a tua, sem atua companhia
[00:27:44.25]
> Conversa com crianças. Gravação doméstica.
FIM